Recuperação judicial da Americanas pode impactar loja de Barra do Garças e 19 cidades de MT

Empresa tem 30 lojas no Estado; dívida bilionária pode afetar economia local, avalia Fecomércio.

Por Kethlyn Moraes | RDNews em 24/01/2023 às 13:18:21

Foto: Internet

A recuperação judicial da Americanas pode afetar a economia de Mato Grosso, já que a empresa tem grande representatividade no estado, com 30 lojas espalhadas em 20 cidades da região. Essa é a avaliação do presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços de Mato Grosso (Fecomércio), José Wenceslau de Souza Júnior.

"Com o pedido de recuperação judicial, a Americanas terá um prazo para continuar operando enquanto negocia com seus credores e, com isso, deverá reduzir custos. A medida, com certeza, terá um impacto na economia regional, tanto na contribuição de impostos ao Estado quanto na manutenção de empregos, pois a empresa tem um papel relevante em seu segmento", analisa.

Segundo Wenceslau, um fator que pode ajudar o Estado nesse cenário é o fato da taxa de desemprego em Mato Grosso não estar tão alta quanto em outras unidades federativas.

"Segundo o último levantamento do IBGE, Mato Groso é o Estado que apresenta menor índice no país no número de desemprego, o que demonstra uma grande capacidade para absorção de mão de obra, reduzindo as possíveis consequências desse cenário", afirma.

A Americanas entrou com um pedido de recuperação judicial na última quinta-feira (19). Em todo o Brasil, a empresa tem cerca de 1.700 lojas e 44 mil funcionários. As dívidas da empresa somam R$ 43 bilhões, enquanto o valor de recursos disponível em caixa, segundo a empresa, estaria em R$ 800 milhões. No terceiro semestre do ano passado, o valor reportado havia sido R$ 8,6 bilhões.

Em Mato Grosso, 20 cidades têm lojas físicas da Americanas e serão afetadas diretamente com o atual cenário da empresa. São elas:

  • Cuiabá (7 lojas)
  • Várzea Grande (4 lojas)
  • Cáceres (2 lojas)
  • Sorriso (2 lojas)
  • Rondonópolis (2 lojas)
  • Tangará da Serra (2 lojas)
  • Alta Floresta (1 loja)
  • Barra do Garças (1 loja)
  • Barra do Bugres (1 loja)
  • Campo Verde (1 loja)
  • Colíder (1 loja)
  • Guarantã Do Norte (1 loja)
  • Juara (1 loja)
  • Juína (1 loja)
  • Lucas Do Rio Verde (1 loja)
  • Mirassol D"Oeste (1 loja)
  • Poconé (1 loja)
  • Pontes e Lacerda (1 loja)
  • Primavera do Leste (1 loja)
  • Sinop (1 loja)


Recuperação judicial

A recuperação judicial serve para evitar que uma empresa em dificuldade financeira feche as portas, conseguindo um prazo para continuar operando enquanto negocia com seus credores, sob mediação da Justiça. Nesse caso, as dívidas ficam congeladas por 180 dias e a operação é mantida.

Americanas

Americanas S.A. (anteriormente Lojas Americanas S.A. e B2W Digital S.A.) é uma holding brasileira que atua principalmente no segmento de varejo.

Em 2015, era a quarta maior empresa varejista do país, segundo ranking do IBEVAR, caindo para quinta colocação em 2022, com R$ 32,2 bilhões de faturamento anual.

Até 2021 era controlada por três empresários: Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira, o mesmo trio que comanda a Inbev (antiga AmBev), GP Investimentos, América Latina Logística e outros grupos. O trio passou a ser acionista de referência da Americanas S.A. após a incorporação da Lojas Americanas S.A. A rede comercializa mais de 80 mil itens de quatro mil empresas diferentes.

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