A Polícia Federal cumpre, nesta quarta-feira (10), 38 mandados de busca e apreensão e dois de prisão durante a Operação Caliandra deflagrada para apurar desvios de recursos federais repassados ao Município de Barra do Garças para realização de obras na cidade.
Nas investigações, foram identificados indícios de irregularidades na aplicação dos recursos destinados à revitalização da Orla do Rio Garças, da Praça Domingos Mariano (Beira Rio), e a revitalização e ampliação do Porto do Baé.
Os investigadores identificaram transações financeiras suspeitas envolvendo conta pessoal de um servidor público municipal com empresas, e seus representantes legais, que possuíam contratos com a prefeitura.
O montante movimentado pelo servidor era incompatível com a sua remuneração, fato que chamou a atenção dos investigadores. Ele teria movimentado mais de R$ 3 milhões, sendo que recebe apenas um salário mínimo.
O esquema de corrupção teria atuação desde a elaboração dos projetos, a realização das licitações e execução das obras.
Segundo a investigação, os procedimentos licitatórios teriam sido direcionados para beneficiarem determinadas empresas, as quais não teriam condições técnicas de executar o contrato, sendo contempladas, inclusive, empresas não ligadas à área de construção de obras, além de utilização de empresas de fachada para forjar competividade.
A reportagem entrou contato com a Prefeitura de Barra do Garças que informou que os contratos investigados foram celebrados nos anos de 2019 e 2020, e não são da atual gestão.
"Uma das empresas contratadas não tinha como atividade fim o serviço de engenharia, mas de Floricultura (o que levou ao nome da Operação); e a outra empresa possuía endereço sem movimentação comercial, pois se tratava de uma residência, tratando-se de uma empresa fantasma. Isto é, a atual administração não tem participação nos atos investigados, que foram praticados antes do início da gestão", diz a nota.